quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A rosa do deserto



Deitado em seu leito, sono profundo 
Cai a chuva, ventos tempestivos 
E seu cérebro surdo indiferente 
Ao que acontece dentro e fora. 

Lá fora um dilúvio escorre rua abaixo 
Aqui dentro, eu e você, 
Eu vivo o solilóquio imposto 
A vigiar seus voos alados 

Em dado momento despertas do sonho 
Indagas sobre suas viagens etéreas 
Não me cabe responder 
Viajaste sozinho 

Minha solidão sabe de mim 
O que penso, o que faço, onde vou 
Seus sonhos perdidos entre voos 
Não sabem da rosa nem das cores? 
Sou a rosa do deserto 
que ao seu lado
despetalou, perdeu a cor.

Mas veja, sou insistente
há uma esperança no canto do jardim
a me espreitar.
Estou em fase de reconstrução.

Diná Fernandes

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Promessa vã

 

Aquelas palavras que encheram meu coração 
De alegria, foram para mim um bálsamo sagrado 
Vibrei de emoção com promessa e declaração 
Surpreendi-me com aquele momento arrojado 

Selamos o nosso amor em beijos apaixonados 
Você se foi, ficou a esperança de breve retorno 
Eu a sofrer de saudade com coração apaixonado 
Os dias indo, o silêncio causando certo transtorno 

O coração é bobo e ao mesmo tempo sábio 
Passa a sentir o efeito das falsas promessas 
Com boa dose de ressentimento e ressabio 
Sente que a desilusão põe tudo às avessas 

Faltou-me com a verdade, não se retratou 
Não houve retorno, veio o breve desencanto 
Palavras sem direção nas asas do vento voou 
Maculou um coração esse novo contexto. 

Diná Fernandes

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Alma calada


 Foi o que eu fiz.

Vejam vocês, estava tudo bem na minha morada, um aborrecimento inesperado,
em dois tempos mudei de endereço,  não dá para remoer insignificâncias, sou rápida no gatilho.
Fiquei sem net, até 30 min atrás, agora posso blogar e rever meus queridos e queridas;


Quando 
O coração entristece 
A alma se cala, 

O verso não vem... 

Quando 
A alma se cala 
Transpiração se achega 

O verso não vem... 

Quando 
A transpiração arrefece 
O vento se apieda 
Passa, deixa sussurros, 

O verso flui... 

Nasce o poema 
De parto indolor 
O poeta agradece.

Em silêncio 
e sem plateia
O verso vem na insistência...

Diná Fernandes

Este visual é da minha sacada e está me fazendo bem demais. da esquerda para direita, o prédio verde, e na esquina da av beira -mar


Neste terreno baldio  em frente à minha sacada será construída uma pracinha






sábado, 17 de outubro de 2020

Incertezas


Tempos difíceis, tudo incerto. 
Quando a solução parece estar caminhando
 vem nova informação, 
a curva está subindo
novo prazo ditando novas determinações.
Se penso que o mal não mais poderá perdurar 
novamente as dúvidas; talvez, sim ou não, onde, pode ser... 
Quem se alegrou, novamente entristece, 
Quem sorriu, volta a chorar. 

Nesse jogo de vai e vem nada se concretiza. 
 parece que nós humanos não temos  importância nenhuma.
Nesse existir complexo, qual decisão tomar, em qual informação devo confiar?
E ai ficamos fora da casinha.

Pessoas que nada aprenderam nesse novo normal, 
Ainda destilam veneno, arrogância e apego. 
O novo normal pede outro comportamento, 
A doçura, a igualdade, desapego, paz. 

A mortandade acontece a cada segundo pela Covid-19, 
verdade ou mentira? 
o solo encharcado de sangue mostra o poder da violência.
E tudo é nada aos tantos olhos que fingem cegueira, 
As tantas bocas de lábios colados pela mudez, 
Ouvidos moucos, corações  empedernidos
E nós todos pagando a conta. 

Diná Fernandes

 

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Parabéns Mestres- Enlace disticus

                                                                   Feliz dia do Professor!



Mestre, tanto ensina quanto aprende
E, de ensinar não se arrepende
Sua missão é transmitir o saber
Para aquele que quer aprender
Sendo ele o mestre e sem vaidade
Sente orgulho de levar a claridade
Ao cego da palavra, e com habilidade
Esse ser transformador abre portas
Para o amanhã, a ele muito importa
Ser o veículo que direciona o futuro
Daquele que lhes chega no escuro

Parabéns Mestre por enriquecer vidas com o saber

Diná Fernandes

Enlace disticus é criação da poetisa e confreira CAPPAZ Aila Brito








segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Já fui criança

Boa noite queridos amigos.
Só agora pude trazer meus versos para o dia da Criança


Quando fui criança, pelo estigma 
da violência não fui afetada 
Hoje, para meu pensar é um enigma 
Saber que criança é violentada 

E muito mais me entristece 
Que seu genitor possa molestar 
Um indefeso ser não merece 
Uma brutal ação lhe afetar

A criança de hoje tem no olhar 
Um reflexo de vulnerabilidade 
É uma sordidez a se refutar 
Criança é benção, é felicidade 

Quando fui criança pude livremente 
Desfrutar da liberdade merecida 
Cavalguei pela caatinga de norte a poente 
Tive uma infância que não será esquecida 

Dói meu coração, quando nas praças 
Alguém mais perto chega, ver o medo 
Nos olhos dos pequenos, como uma ameaça 
O pavor estampado; é criança sem ledo 

Diná Fernandes

sábado, 10 de outubro de 2020

Boa noite- voltando amanhã

 Boa noite meus queridos e queridas .
amanhã estarei por aqui matando a saudade de todos, estou voltando do interior
enfrentando uma pesada batalha, uma irmã com o mal do alemão
 em péssimas condições neurológicas.
fui dar uma força, mas tenho que cuidar da minha saúde também por aqui.